“Há pessoas que nos roubam. E há pessoas que nos devolvem”.
Há pessoas que nos devolvem o
sorriso, as ideias, a energia, o incentivo, tudo aquilo que já é nosso, mas que
nos esquecemos e deixamos roubar em certos momentos da vida.
Essa frase tem feito cada dia
mais sentido para mim. É uma citação do padre Fábio de Melo, que no livro Quem me Roubou de Mim, faz uma análise
bem interessante sobre o que ele chama de sequestro
da subjetividade. Esse conceito trata desse sequestro que não é físico, mas
que leva parte do que somos, que nos afasta de nós mesmos e daquilo que faz
sentido para nós.
No primeiro semestre desse ano
vivi tempos em que manter minha subjetividade (quem eu sou) apesar das
circunstâncias, foi o desafio. Uma amiga
disse: “sabe Tati, é que você está num momento de tirar os pesos”. A princípio
concordei, mas em seguida percebi que vivi uma época de devoluções, começando
pela decisão de devolver a mim mesma o que sou. É por isso que os pesos precisavam sair, eles não eram meus.
É impressionante como o primeiro
passo de coragem dá o impulso para todos os outros. E de repente me vi cercada
de pessoas “me devolvendo” também. Como se o Universo todo dissesse “Isso
querida, que bom que você teve coragem de se amar”.
Devolver quem somos a nós mesmos
tem a ver com responsabilidade e culpa. Responsabilidade para assumir o caminho
que desejamos e para compreender que se estamos onde estamos, foi uma escolha
nossa. Uma certa culpa também faz parte, a de não agradar a todos.
Pensando sobre tudo isso e
escolhendo qual seria meu próximo passo profissional, comecei a refletir sobre
o que deixei para trás. Qual foi o rastro que deixei?
Coincidentemente (ou não), fui
convidada para fazer uma palestra sobre minha carreira nesse período e revi os
passos, as empresas por onde passei, as pessoas que conheci, os projetos, tudo.
Já pensou sobre isso? Quando você
passa pela vida de alguém, a deixa engradecida? Quando você já não está mais,
sua presença é lembrada com alegria? As empresas nas quais trabalhou cresceram
com a sua contribuição? Há gratidão? As portas continuam abertas para você?
Com isso em mente, que tal fazer
um exercício?
Faça uma lista das pessoas que te devolvem. Aquelas que quando você
chega perto o sorriso abre, você se sente respeitada; elas sempre têm uma
palavra boa para oferecer; você se sente bem só de chegar perto e mesmo em
silêncio é bom estar ali. Sabe quando a coisa flui de graça, sem esforço? Isso
aí!
Faça também uma lista daquelas pessoas que te roubam de si mesmo.
Quem hoje na sua vida te faz sentir menor? Quem te faz recuar, paralisar na
vida ao invés de andar para frente? Quem atrapalha suas conquistas, ou te faz
sentir incapaz? Quem te maltrata (muitas vezes disfarçado de bondade)?
Sem julgamento tá? Veio à mente,
escreve o nome na lista, sem pensar se é certo ou errado. Às vezes, vai dar
vontade de colocar a mesma pessoa nas duas listas, sinta honestamente em qual
das duas essa pessoa cabe nesse momento. Siga o coração, como você se sente é o
que vale. E pode ser tudo junto, gente do trabalho ou da vida pessoal. A lista
é sua, coloque quem quiser.
E aí? Teve coragem de fazer o
exercício?
Às vezes, é preciso muita coragem
para admitir que algumas das relações que mais prezamos nos maltratam demais; para
admitir que a responsabilidade por definir limites e nos posicionar é só nossa.
Hoje, depois de todo o turbilhão
e da coragem de deixar ir tudo aquilo que me “roubava” energia, sorrisos e paz,
o que restou foi uma gratidão imensa. Estou realizando vários sonhos que
estavam guardadinhos no meu coração, ao lado de gente que “me devolve” sem nem
perceber. Uma dessas pessoas é meu grande amigo Luciano Araújo, a quem dedico
esse post.
Espero que esse post contribua
para grandes devoluções, aquelas que fazem o coração ficar quentinho, pois,
trazem a gente de volta para o lugar que é só nosso.
* Lu, obrigada por me ver com
olhos tão carinhosos, por me lembrar do que sou capaz e por ajudar sem medir
esforços a me devolver para a vida. Você é um amigo incrível, a quem eu amo,
respeito e serei para sempre grata. :)
4 comentários:
Tati, a amizade verdadeira é isso mesmo, leve e cheia de devoluções naturais. Fiquei realmente emocionado com a dedicatória porque sei que é real, é verdadeira e que sim, posso dizer o mesmo pra você!!!
Tenho ouvido e lido mais do Padre Fábio e sempre aprendo com ele. Seu texto ficou inspirador para aquele que busca as mudanças mas muitas vezes não percebe que o caminho está nele mesmo.
As vezes nem percebemos, mas sempre que nos propomos a fazer o bem verdadeiro, as retribuiçoes e devoluções que chegam até nós, são as melhores possíveis. Por isso, estar com amigos nos faz tão bem!
Muito obrigado por tudo Tati. Vamos continuar a trabalhar e cultivar amizade, ou cultivar amizade e trabalhar... Gerar propósitos diários e de vida! ��
Que lindo Tati, belo post e inspirador.
Ando tendo a oportunidade de fazer e receber algumas devoluções e isso é muito bom. Encontrar a essência de nós mesmo, é o maior presente que podemos nos dar. Sucesso pra você, sempre!
Lu e Dani, obrigada! Vocês são excelentes!
=***
Show de bola!!! Tatiana e Luciano não imaginam o orgulho imenso em ter tido vocês como mestres acadêmicos e agora mestres inspiradores na vida...
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