Então né? Lá estou eu indo dar uma palestra e uma pessoa me para e diz: “Nossa, mas você está linda, só que é muito jovem para se vestir assim, essa roupa te deixou velha demais”. Assim na lata, sem dó e com plateia. Eu, com cara de tacho, como dizemos aqui em Minas, respondi, “É que estou trabalhando, preciso me vestir mais seriamente”. A resposta: “É, mas está com cara de muito velha”. Recolhi o tacho e fui dar a palestra com “cara de velha”.
Depois fiquei pensando sobre o
sentido dessa experiência e de outras que tenho vivido nas últimas semanas e
percebi que tem muita gente me dizendo coisas indelicadas. Mais que isso,
pessoas íntimas e que me querem bem estão com excesso de liberdade para me
criticar e de certa forma tentando me diminuir. E pior, sem eu perguntar nada.
Na mesma semana, convidei algumas amigas para jantar e ouvi tanta bobagem na
sala da minha casa que fiquei em choque.
Para variar, comecei a
analisar a questão e olha só o que descobri.
Nota: Não foi
simples assim não, primeiro eu choro, depois eu penso (mulher né gente?).
Bem, por que eu fiquei
incomodada com o que ouvi?
Porque aquelas pessoas são
importantes para mim. São importantes, conhecem meus pontos fracos, e foi
exatamente onde atacaram, naquilo que poderia me diminuir. E a coisa é tão
velada que vem disfarçada de conselho amigo, mas no fundo é uma crítica que de
algum modo faz a pessoa se sentir mais forte, mais sábia, melhor.
Colocar limites para quem a
gente ama é um desafio bem maior do que para aqueles que tanto faz se forem
embora ou não. A questão é que o limite colocado é proporcional à força que
recuperamos, pois entendemos e assumimos o que é ou não para nós. E tudo bem
não dar conta de tudo, não saber como lidar com as situações e precisar colocar
um limite aqui e outro ali, para que mantenhamos o cuidado conosco e para que
fique ao nosso lado quem dá conta de nos amar e acima de tudo respeitar.
A inveja é muitas vezes um
sentimento involuntário. Quem sente, não necessariamente é mau, só lida com a
dor de não conseguir estar na própria vida e assim, sofre com as realizações daqueles
se concentram em si. Assim, ficam procurando meios de diminuir a outra pessoa e
sentem até um alívio quando o outro não se sai bem. Quanto casais, amigos,
familiares conhecemos que intimamente ficam felizes (aliviados) quando o outro
não está tão bem, por medo de ficarem sozinhos?
Ser feliz dá trabalho, exige
disposição para amadurecer e às vezes é um saco crescer. Pouca gente se
concentra nisso, e num exercício de constante comparação, se perde da própria
vida. Quando percebe que os demais caminharam, se sente ainda mais infeliz.
Apenas por estar desconectada de si. Ou seja, estamos todos a mercê dessa praga
interna se não estivermos dispostos a apenas estar presentes em nossos
corações, em nossas vidas.
Como se proteger?
Bem, se a coisa anda difícil
aí para você, o primeiro passo é assumir.
Se você sente inveja de
alguém, assuma isso logo de uma vez dentro de si e veja o que pode fazer por si
mesma. Sem se julgar, onde na sua vida está faltando você, para que a vida de
alguém pareça melhor que a sua? De onde vem a necessidade de diminuir alguém ou
encontrar defeitos em outra pessoa (as vezes que você até ama) só para se
sentir um pouco melhor com a sua vida?
Agora, se você é alvo da
danada, um bom caminho é fazer o bem. Fazer é diferente de desejar. É agir
mesmo moçada! As ações positivas blindam a nossa mente de pensamentos negativos
e assim, não sobra tempo, nem disposição para dar poder ao que não é belo ou de
boa fama. De uma certa forma começamos a nos ligar mais a pessoas que estão no
mesmo padrão de pensamentos que o nosso e assim, nos fortalecemos mais em
nossas vidas. Olhe em volta, onde você pode fazer algo de bom por alguém ou por
alguma causa?
E foi assim que a minha história
se resolveu. Fui ser voluntária num trabalho de autoconhecimento que participo,
e dois grandes amigos, percebendo meu coração miudinho pelos ocorridos, me
atentaram para o que poderia estar ocorrendo. E quando percebi que só precisava
me conectar de novo comigo, foi possível perdoar e seguir para o meu caminho
novamente.
Mente positiva + boas ações = escudo de amor.