Espero que em breve. Nos últimos tempos tenho escutado
essa pergunta de muitos colegas, inclusive do meu espelho. Comecei a me questionar
o que tem por trás disso. Convivo com profissionais bem colocados em suas
carreiras, reconhecidos, com uma boa formação e, ao que parece, com uma boa
conta bancária. E muitos se perguntando quando vão ficar ricos.
Já repararam que quando fazemos essa pergunta, sempre
aparece alguém para dizer: dinheiro não é tudo. Acho engraçado. Qualquer pessoa
sã sabe que dinheiro não é tudo e, frequentemente não é o mais importante
mesmo. O que isso tem a ver com o fato de alguém querer ficar rica? Parece um erro
tal questionamento, como se pensar em riqueza ou deseja-la fosse feio. Aí
aparece uma criatura para dar o sermão e de algum modo “segurar” a criatividade
da pobre pretendente a rica.
Mas voltando à reflexão, o que está faltando que o
dinheiro pode proporcionar? Vamos ser objetivas: Um guarda-roupas com mais
grifes e viagens maravilhosas, para começar. Mas não é só isso. A conclusão que
cheguei é a de que o que o dinheiro entrega (ou promete) é a liberdade. Aquela
respiração de alívio, por não ter que se preocupar em prover, em sobreviver.
Aquela sensação de “vai viver garota”.
Para as mulheres em especial, essa é uma dinâmica as
vezes cruel. O período histórico em que vivemos é muito exigente. Precisamos
sobreviver, escolher uma carreira que gostamos, que nos dê um bom dinheiro, que
seja possível conciliar com a família, amigas, cuidado com a beleza e alguma
atividade que seja boa para a comunidade em geral. Falamos o tempo todo disso.
É só ler qualquer coisa direcionada para mulheres que fica obvio: estamos
sobrecarregadas e (re)aprendendo qual é nosso papel na sociedade.
E aí que o dinheiro entra. De algum modo ele cria a
percepção de segurança que abre espaço para responder a uma outra pergunta: “Se
você tivesse todo o tempo, dinheiro
e saúde que necessita, a que dedicaria a sua vida”? Pois é.
É um paradoxo. Quanto mais segura, mais livre. Ou seria
ao contrário?
Uma grande amiga, insatisfeita com sua condição
financeira, resolveu chutar o balde depois de alguns anos no mesmo emprego. Não
tinha nenhum plano em vista, apenas decidiu. Em trinta dias, estava com duas
propostas de trabalho excelentes, aceitou uma e agora está feliz da vida,
ganhando o que merece, no lugar que escolheu e com um bom caminho pela frente. Escolheu ser livre, e agora está segura.
Financeiramente inclusive.
No pensamento
sistêmico (leia mais aqui), o dinheiro é uma energia de fluidez. Como tudo
na vida. É preciso estar em fluxo para que haja prosperidade. Ligando esse
conceito ao que tratamos acima: deixar livre é o que traz segurança. No
português mais claro: quanto mais tentar segurar, menos vai ficar.
A tão sonhada segurança parece ter mais a ver com a nossa
capacidade de ser livre “apesar de” do que com a nossa competência em criar uma
boa estrutura material. Nesse caso “Quando vou ficar rica”? Poderia ser
substituído por: O que me faz sentir livre? O que eu faria se o dinheiro
estivesse completamente disponível em minha vida? O que você faria?
Que saco. Dinheiro não é tudo. Viver livre, talvez sim.
E claro, mesmo assim ainda quero ser rica.
4 comentários:
Eu simplesmente amei este texto.
Veio em um ótimo momento.
Esta certeza que, não precisamos de certeza, pra seguir é muito feliz!
Nos enveredamos por prisões desnecessárias, por medo de acreditar!
Oi Natália,
Fico feliz que tenha gostado. Acredite em você e na vida, o resto acontece!
;)
Professora, lembra de mim?! Fui sua aluna na Esamc. Bom, amei o texto, eu vivo neste dilema e me perguntando quando irei ficar rica..rs. mas sinto que esta cada vez mais proximo, pois qunado investimos em nós mesmas o sucesso só e questão de tempo! bjos, e parabéns pelo sucesso!
Ei Cibele, obrigada! Claro que me lembro! Sucesso e muitas riquezas para você! Beijo
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