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Gestão de Conflitos em Vendas

Toda relação é marcada por alguns conflitos que nos fazem crescer e que geralmente têm alguma falha de comunicação como causa. Com os clientes acontece da mesma forma, os conflitos vão acontecer e nem sempre teremos todas as informações necessárias para resolver. Daí o aprendizado, cada novo conflito gera a busca de informações e consequentemente, aumenta nossa capacidade de resolução.

Se a comunicação é um dos pontos chave, tanto para a criação quanto para a resolução dos conflitos, um tema importante a ser discutido na gestão de vendas é a abordagem ao cliente. 

Conflitos e Gestão de Vendas


Profissionais da área comercial são conhecidos pela habilidade de estabelecer relacionamentos. Além da facilidade natural para a questão, é comum que as empresas invistam bastante na área, com cursos, treinamentos e premiações significativas para incentivar a equipe e claro, obter bons resultados no negócio.

Ao abordar o cliente - ou ser abordado por ele -, o vendedor dá um passo inicial para esse relacionamento. O problema é que a postura profissional nesses casos nem sempre prevalece. Há dois comportamentos nocivos para as relações que são bastante comuns no processo de vendas: não saber parar e emburrar. Vejamos:

O primeiro, como a denominação diz, é aquele indivíduo que não sabe parar e insiste até conseguir o que quer. Para os especialistas, é chamado de vendedor infantil, pois, como uma criança mimada não consegue ouvir o cliente, fala sem parar, com milhares de argumentos vazios e insistentes. Esse profissional, é aquele que quando o cliente começa a perguntar ou demonstra pouco interesse, começa a criar em cima da fala do cliente, fazendo com que ele se sinta encurralado ao invés de atraí-lo para o negócio.

O que acontece com uma criança mimada quando não consegue o que quer? Isso mesmo, ela emburra. Esse é o segundo comportamento nocivo e bastante comum de algumas áreas comerciais. Se o vendedor não consegue conquistar o cliente, começa a criar defeitos para ele, ou mesmo corta a relação, literalmente emburra e não quer mais atendê-lo.

Parece exagerado quando relatado num texto como esse, mas tais comportamentos é o que tenho experimentado em algumas das abordagens que são feitas nas empresas para as quais presto consultorias, ou mesmo nos convites que recebo como profissional para alguns eventos. Vale refletir sobre esses aspectos, tanto para saber como estamos agindo ao nos apresentarmos para mercado, quanto para saber quais relações profissionais valem a pena ser iniciadas.

Se você atua com vendas, esteja atento, pois, muitos dos conflitos travados nas relações com os clientes podem advir de uma abordagem infantilizada, que usa de emoção excessiva para se estabelecer. Cuidado para não confundir negócios com amizade, vendas com aprovação pessoal. Isso pode acarretar numa imagem desgastada e muita dor de cabeça.

Uma forma mais adequada de se conduzir a abordagem começa por conhecer bem quem é a pessoa que será atendida. E só tem uma forma de fazer isso com qualidade: ouvindo. Dar atenção ao que o cliente diz, ao modo como ele se porta e às necessidades que ele apresenta. Argumentos pré-moldados não dão conta de situações reais da vida. Auxiliam sim, mas a realidade é cheia de novas experiências, novos aprendizados e possibilidades infinitas. É seguro conhecer novos pontos de vista. E as pessoas se sentem valorizadas quando são ouvidas e respeitadas em suas colocações.

Como vendedores, estamos à serviço do outro e não de nós mesmos. Estamos atendendo aos interesses dos clientes e das empresas nas quais trabalhamos. E para bem servir é importante bem ouvir.

*Artigo que publiquei na revista Nova Alternativa (http://www.empresanovaalternativa.com.br/revista/online/0)

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