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Perda de controle


Tenho notado o esforço que os gestores fazem para manter um negócio sob controle. Planilhas, fluxogramas, BSC, novas estratégias e por aí vai. Tudo bem, essa é a função de um gestor, mas em alguns casos, beira a obsessão.

Já cansei de ouvir "queremos funcionar como um relógio suíço". Ótimo, mas relógios não tem pessoas dentro dele garantindo o funcionamento. E pessoas não podem ser controladas 100% do tempo. Por mais profissionais que sejamos, temos dias ruins, dor de barriga, coração partido...

Nos últimos semestres percebo que alunos que mal entraram na faculdade já são controladores, focados na perfeição, ávidos por acertar sempre. Já vi alunos chorarem muito por errar uma questão em avaliações. O objetivo deixou de ser a realização para ser o acerto.

Ok, organização e controle são importantes, mas qual é o limite? Onde está a possibilidade do erro? Onde foi parar a liberdade de aprender com calma? As vezes tenho a sensação de que estamos o tempo todo atrasados, lutando diariamente para ter tudo sob controle. E o pior, se não podemos errar, significa que quando alguma coisa dá errado a culpa é de outra pessoa.

Resultado: Estamos nos tornando pessoas obcecadas pela perfeição e especialistas em encontrar culpados pelos erros que não conseguimos aceitar em nós.

Nos esquecemos do mais importante: a vida não tem controle! Nem manual de uso. As coisas mudam, evoluem, acabam e nem sempre poderemos lidar com tudo perfeitamente. Nós vamos errar.

Respirar e começar de novo faz parte e precisamos cada vez mais dessa permissão. Então lá vai:

Você pode errar;
Você pode sentir raiva;
Você pode aprender com seus erros (e rir deles de vez em quando);
Você pode relaxar e ser que você é!

Nada na vida é melhor que se conhecer e saber que tudo em você é perfeito, porque não é acabado e sim uma constante oportunidade de descoberta.

3 comentários:

Unknown disse...

Adorei essa frase: "A vida não tem controle! Nem manual de uso."

Denis Lima e Alves disse...

Gostei muito.

Isabella Tomaz disse...

Esse post me fez tentar buscar nas minhas convicções e conceitos, na síntese ainda imatura de conhecimento que permeia a nossa mente jovem, qual a distância entre o errar - ou não saber - e o limite humano, pessoal, psicológico. Já que o ideal no processo acadêmico é findar um semestre com nota máxima, o que é característico da evolução gradual e inconstante de cada indivíduo na discência e qual o ápice da negligência cabível a um diploma de valor (ou aceitável)?!
Às vezes nesse jogo de sete ou duzentos erros nos sentimos na realidade despreparados para enfrentar um mercado que exige infinitamente além do domínio conceitual de um estagiário. Talvez seja a negligência o fator que permite a aceitação desse problema e dribla essa gama de sentimentos depreciativos que sobem à cabeça num momento de fracasso.
Mas aí, no meio dessa dinâmica insana, surge A referência de profissionalismo, disciplina e sucesso; A professora.
Quem sabe não é destino vindo pra se aliar a nós?! Acho que a maré finalmente está para peixe. Nada como dia após dia.
Interessante, entediante e cheio de reticências...
É bom refletir a respeito, despertar para uma nova análise do nosso desempenho e esforço.